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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Das coisas que senti por lá...

Era quase tudo verde ao meu redor, a natureza na sua forma mais singela era só o que meus olhos alcançavam. Ora tinha de presente o assédio do sol, ora a chuva e seu doce som me faziam redesenhar meus pensamentos infantis. Aqueles risos inebriantes, aquela terra conhecida. Comida que  fartava, bebida que não bastava, o aconchego da família. Raízes, orgulho, fortes laços. Cheiros, paisagens, rostos, gostos, caminhos. Brisa que passeava onde tudo se fazia poesia. Mil histórias, as repetidas e as novas...gente que se foi mas nunca deixará de ser. Era de lá que eu sorria, e não eram sorrisos com sombras, nem com dúvidas. Era lá que estavam meu corpo e minha alma, juntos de verdade, não a alma daquela que faz perguntas sobre a vida e fica sem respostas, mas da menina que ainda carregava a leveza das coisas simples, dos entendimentos que satisfaziam... (Lá as velhas emoções extremas tiraram férias e vi que é possível descansar o coração...nem que seja por uns dias...)

Travessuras

Hoje cedo pintei o céu de laranja, não queria que tons acinzentados fizessem parte do meu dia. Às nuvens dei a cor verde e ao cair uma breve chuva fina, a minha roupa branca foi tingida com respingos de alegria. Ousei transformar girassóis em lindas flores lilás e com duas delas enfeitei o cabelo. O sol, que estava escondido e tímido, ganhou uma boca e um sorriso, e passou a brilhar com raios rosados. Pincelei de azul o chão e por onde eu passava pegadas desenhavam imagens que faziam lembrar um sonho bom. As árvores, cansadas de suas cores frias, agora eram pura vaidade coloridas de amarelo e bordô. A areia da praia não poderia ter outra tonalidade, foi de cereja que eu pintei! E ao observar o mar que eu não quis mudar de cor, guardei um punhadinho de areia numa caixinha só pra te mostrar como sou travessa quando não estais...

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Eu nasci questionadora, sempre tive sede de entender tudo à minha volta, o comportamento e a mente humana, as construções sociais ao longo do tempo, a história do mundo, etc. E a maior vítima da minha mente inquieta sou eu mesma, mas confesso, nunca questionei tanto a minha vida! Não, não é um questionamento contemplativo, que gera frases, textos, que divaga sobre tudo e apenas isso...o que tem me incomodado é algo substancial, concreto, porque está nas minhas atitudes, no sono que não vem, nas incertezas lancinantes que fazem pensar a todo momento se estou no lugar certo, fazendo a coisa certa... É um questionamento que dói, que passa do pensamento para o coração, que pulsa, que causa angústia, que paralisa (para talvez impulsionar). Alguém certa vez me disse que isso é amadurecer, crescer. E embora eu sempre tenha me visto como uma pessoa madura (falo isso sem pudores ou falsa modéstia), tenho concordado que tudo isso seja mesmo a ação do tempo e das experiências na minha vida, por