Ela falava para si mesma com um entusiasmo de quem falava para multidões... olhava para o horizonte e articulava as idéias: "É, saber viver é assim, ficar atenta, estar sempre preparada para colher da vida as melhores sementes, bem como para podar as ervas daninhas que se disfarçam de flor, mesmo que sua beleza e perfume sigam encantando enquanto matam. É olhar para os lados, pra trás e pra frente, enxergar caminhos, replanejar... aprender a sonhar novos sonhos." Pode-se descobrir todo dia algo novo, basta que os olhos da alma nunca se fechem. Algumas dessas descobertas são ultra importantes, outras simples e corriqueiras, mas nenhuma definitiva. E essa era a máxima que ela havia aprendido nas suas três décadas de vida: nenhuma sentença é irrevogável! Nem as boas, nem as ruins... Era no desapego que essa vida louca ensinava-lhe a acreditar, mas o seu coração, que estava quase sempre desprotegido das suas convicções mais arraigadas, ainda queria crer que não só de entalhes v...
Eu não escrevo porque sou triste ou porque gosto de remoer dor, escrevo porque me falta algo e sempre me faltará...