Pular para o conteúdo principal

Por ora, juíza.


Hoje quero julgar-me... porque isso não cabe a mais ninguém na Terra que não a mim mesma.
Afinal... quem saberá o que a minha mente pensou? E quantos desses pensamentos se tornaram reais?   
Quem há de saber até onde sou amor ou quanto ódio já fui capaz de sentir?
Quem poderá avaliar o real peso dos meus erros e triunfos? 
Que sentimentos movem meus atos?
Ninguém é capaz de previr.
Quantas histórias abrigo em minha alma e de quantas já quis esquecer?
Quantos acertos e quantas tolices...
Ninguém sabe, ninguém crê.

Vou julgar-me, mas sem a conhecida complacência que sempre me dediquei.
Vou julgar-me, e já posso ver que haverá condenação.
E o meu cárcere serei eu, somente eu conhecerei a minha pena, pois não há juiz maior que o coração que pulsa em mim.

Comentários

  1. Hoje, decreto a busca de mim! Vou-me embora pra mais perto, pra mais dentro. Cansei do meu personagem de mendigo, da minha fantasia de pedra. Declaro de volta, meu reinado esquecido! Assumo toda a responsabilidade de me contar do gosto amargo; de descansar longe do sol a pino. De mudar as velas. De remar, ou até abandonar o barco. Abandono os papéis por mim escritos e máscaras por mim aceitas. Restauro o destemor. E me permitirei mudar porque já mudei...

    ResponderExcluir
  2. Que coisa linda Guilherme, um complemento PERFEITO!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Se ao me ler, um impulso te trouxer algo à mente ou ao coração, escreva...

Postagens mais visitadas deste blog

Dela, ela

Essa menina aposta alto Rapidamente vai da nuvem ao chão Cheia de desejos que vão e vem Que flutuam entre o máximo E o quase nulo Ela é vulcão em erupção Essa menina entrega-se inteira Se declara sem moderação Expande tudo que há em si Mas recolhe-se na ausência de emoção Porque ela é clamor de um corpo É pássaro em migração E o grito de uma mente Que não quer viver em vão Ela foi Ela é Muito além do que percebe a visão Exalta tudo que representou e viveu Tem em si magnetismo Disso tem convicção Mas o mais valioso de tudo E disso não abre mão É saber que é força motriz De um outro coração.

Metonímia

Abre esse caminho Não temas tua sorte Se recusa-te a sabê-lo Morte Abre esse caminho Singular são os rumos Se te agarras ao passado Furto Desbrava teu ser Há muito mais de ti a contemplar Se te acende a alma Ide buscar Corre tal qual guepardo faminto Que a vida quer te alimentar Se a fome te entorpece Vá Clareia tua passagem Sonhos não são miragem Se é de vera teu sentir Galgue Não te permitas estática Tem beleza na partida Se floreia tua mente Vida!

Meu lamento

A dor está aqui, não posso negar, não quero fingir, nem desacreditar. A dor é real, ela me fala de ti... e contempla a ausência que tento ignorar. Há uma lágrima que paira em minha agonia, na ansiedade de te querer falar, mas eu a detenho com o desmedido esforço de quem busca não se entregar. Dou ouvidos à minha razão, à intuição que cansou de avisar. Já nem é o que fez ou não fez Mas a tua maneira de lidar. Da (minha) entrega que não mais terás ao manuscrito que doeu rasgar o que lacera meu peito agora É tu teres tirado a grandeza Da conexão mais linda de almas que o universo tentou ligar...