Eu te pertenço há tanto tempo que nem sei se tive escolha... sou tua antes mesmo de te conhecer. Eu não te procurei, talvez nem você a mim... é, nos encontramos. Uns chamam de acaso, outros de destino, eu chamo de laços... laços que a vida amarra e desamarra sem que possamos entender exatamente porque. Meu olhar fisgou a tua coerência e o teu corpo roubou a minha lucidez... desde então histórias sobre nós estão sendo escritas, páginas e páginas sendo grafadas mesmo sem a nossa contribuição ou consentimento. De nada adianta fingirmos que não compreendemos o que houve... o que há, de onde viemos, onde estamos... Há um caminho sendo construído, cheio de surpreendentes desvios, pontes e avassaladoras colisões. Mas parece que me perdi no meio dele... então, quando me encontrares, aperte-me contra o teu peito sem nada dizer... porque sempre foi no abraço que nos reconhecemos e nos apartamos de todo o resto a nossa volta...
Eu não escrevo porque sou triste ou porque gosto de remoer dor, escrevo porque me falta algo e sempre me faltará...