Era quase tudo verde ao meu redor, a natureza na sua forma mais singela era só o que meus olhos alcançavam. Ora tinha de presente o assédio do sol, ora a chuva e seu doce som me faziam redesenhar meus pensamentos infantis. Aqueles risos inebriantes, aquela terra conhecida. Comida que fartava, bebida que não bastava, o aconchego da família. Raízes, orgulho, fortes laços. Cheiros, paisagens, rostos, gostos, caminhos. Brisa que passeava onde tudo se fazia poesia. Mil histórias, as repetidas e as novas...gente que se foi mas nunca deixará de ser. Era de lá que eu sorria, e não eram sorrisos com sombras, nem com dúvidas. Era lá que estavam meu corpo e minha alma, juntos de verdade, não a alma daquela que faz perguntas sobre a vida e fica sem respostas, mas da menina que ainda carregava a leveza das coisas simples, dos entendimentos que satisfaziam... (Lá as velhas emoções extremas tiraram férias e vi que é possível descansar o coração...nem que seja por uns dias...)
Eu não escrevo porque sou triste ou porque gosto de remoer dor, escrevo porque me falta algo e sempre me faltará...