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Mostrando postagens de julho, 2011

Ilações sobre a mordacidade deste mundo e dos que nos cercam.

Eu divido o mundo em 3 tipos de pessoas: AS QUE ADMIRO, AS QUE CONSIDERO COMUNS E AS QUE TENHO PENA (e às vezes medo, ou nojo)! Tem um monte de gente por aí que me desperta apenas isso, dó.  Gente insegura, hipócrita, que não assume o que diz, o que faz, o que pensa, o que sente.  Gente que não se posiciona, não reage, nem ao bem, nem ao mal, que parece simplesmente não ter sangue nas veias. Gente fria, que não se comove nem se envolve, que não tem expressão real.  Gente que usa máscaras, várias delas... vivendo num mundo que criam diariamente, cuja ficção só convence a elas próprias, e muitos estão tão habituados a usá-las que já nem percebem que suas faces são feitas de moldes sobrepostos, colados com o tempo e as conveniências.  Gente que se diz superior por não responder a uma ofensa ou a uma calúnia contra si, quando na verdade lhe falta argumento, convicção de quem realmente é. Gente que deixa de se importar com as coisas lindas deste mundo para serem inquisidores do

Escarmentos que me mantém viva.

Queria encontrar concórdia entre o que sou e o que faço, entre a vida e as pessoas, entre o tempo e o movimento natural das coisas... ...mas cada dia me convenço de que, se a minha angústia for originária do anseio de fazer com que estas coisas se conjuguem, esta inquietação será eterna. Nenhuma pessoa pode compor sua vida em linhas retas, porque nem tudo está em nossas mãos, nem tudo temos o poder de sentenciar ou determinar... e são dessas coisas que nos fogem que temos medo, são elas que nos aprisionam, que podem nos conduzir pelo sentido oposto aos nossos desejos, contrariando essas vontades que são tantas, e desencontradas...intensas. Somos atropelados por esse apetite do que não se tem, não se pode... ou pior, pelo que até se possui ou poder-ia viver, mas nos falta o poder (e a coragem) de ir adiante. É por isso que tenho as minhas regras e verdades, e vivo delas. Por isso que só sei sonhar meus sonhos e consigo ser UNA nessas tantas mulheres que sou. Eu não sei contar o que

A música que canto de mim.

Eu sou uma música que não foi tocada, formada por acordes que, de harmônicos não tem nada. Dedilhada, sou todas as notas, sou a escala completa cheia de vibrações. Eu saio do tom, quase sempre, mas vou encontrando meios de me afinar com as melodias da vida. Sou grave e aguda, meu timbre é eloquente e o que me distingue dos outros é a minha dissonância nitidamente atrativa. Meu ritmo é pulsante, mas também pode te fazer sentir como se o mundo parasse para te observar, de tão doce, de tão leve... A letra dessa composição que sou é reflexiva, mas também se repete e se contradiz. É simples e complexa, é pura arte de um musicista excêntrico e cheio de ironia. Sou mais sustenidos que bemóis. Sou relativa e consonante. Sou uma partitura inacabada e a minha métrica é assimétrica e muito particular. Sou um arranjo cheio de estilo, sou samba, sou rock, sou salsa, tango, bossa nova e jazz...ah eu também sou carnaval. Sou popular e erudita. Minhas cifras não são tocadas em qualquer inst

Uma poesia para chamar de minha

Há muito mais nesses olhos felinos que a simples grandeza da alma Neles moram a meiguice mais calma e a luz constante da força Semblante abonecado de louça que adorna sua pele macia e tão alva Num misto que mata e que salva, como sereia trajada de linda moça! Olhares sobre ela são luzes merecidas no palco de sua vida Pois ela é diva bem sucedida no afã de ser alguém além do convencional É majestade em sedução e alto astral, é amazona de guerra destemida Que não sucumbe mesmo que combalida, que fascina da origem ao final! Dizer que algo de deusa nela fulgura é qual chover num solo inundado Que todo homem torna deslumbrado e faz até o mudo assumir-se poeta Posto que nela se projeta um espetáculo de fascínios encantados Que somam-se aos seus inumeráveis predicados e a tornam tão dileta! E se o poeta atrevido que ao mundo afirma quem seja Kenia for eu Então por razão de quem a conheceu, direi que falo com real autoridade Há musas pelos campos e cidade

Palidez insulsa.

Hoje senti algo que não lembro já ter sentido algum dia... estava eu insípida, sem aquela habitual ânsia de sentir, viver, entender, buscar, compartilhar... O tempo inteiro vivo como se o mundo estivesse esperando algo de mim e como se eu não devesse desperdiçar um segundo sequer de vida, ou como se eu não pudesse ficar sem fazer algo que produza vibração na minha alma... mas naquele instante não havia nenhum problema se tudo ou qualquer coisa estivesse me aguardando. Nenhuma pulsação me afastava daquela impressão vazia de completa indolência. Não queria nada, coisa alguma, nem esse nem aquele, nem isso nem aquilo. Queria uma nova chance, novas perspectivas, tudo diferente. Queria começar do zero... é, mas quem não queria? Não, não é apenas isso, vai além de qualquer ligeiro desejo de nulidade ou de que tudo perca o efeito... é algo que devasta ao mesmo tempo que paralisa, porque não é simplesmente impraticável, é impossível neste ou em qualquer outro mundo. Nada pode nos arran