Andei revisitando minhas lembranças... e algumas delas já estavam gastas, desbotadas como uma foto antiga.
Mas não quis restaurá-las como sempre faço, não fiz o mínimo esforço para vê-las novamente com as cores que tinham quando não eram recordações e sim fatos.
E assim as verei partindo de mim, porque aos poucos elas irão diluir-se num mar de coisas novas, serão ofuscadas pela luz que deixei entrar para clarear o escuro que tantas incertezas deixaram.
Porque é assim que as coisas funcionam, ou pelo menos deveriam... palavras desencontradas, atitudes contrastadas, falsidade e omissão são capazes de destruir a beleza do que se viveu, o sentimento que por tempos nos inebriou e qualquer sonho que com isso fora alimentado. Os momentos felizes viram mágoa, a mágoa vira tristes memórias e estas... também se vão.
Já experimentei dores frias, lancinantes, mas evito desfazer-me das minhas marcas, pois sem meus erros eu não teria a força que tenho... porém algumas delas não merecem ser nada além de rastros do que não deveria ter sido.
E elas não levarão de mim mais do que já levaram... eu as deixarei cair, sem pena, na avalanche do esquecimento.
Essa avalanche as vezes demora chegar, demora ainda mais se tornar efetiva, muitas vezes o esquecimento se quer vem a existir. Mas as tais fotos desbotadas podem sim ser novamente visitadas, desde que tenha a relevância merecida; a importância incumbida às memórias que não deve ser revividas. Afinal, o passado é um grande aprendizado, claro que tudo depende do ponto de vista.
ResponderExcluirNo entanto, suas palavras são belíssimas, alias não são só as palavras por aqui, que provém de beleza. parabéns.. até mais.
Ola Kenia,
ResponderExcluirTexto perfeito.
Pior que existe mais canalhas no mundo do que a gente pensa. E as vezes bem perto!
Beijos lindona