Eu nasci questionadora, sempre tive sede de entender tudo à minha volta, o comportamento e a mente humana, as construções sociais ao longo do tempo, a história do mundo, etc. E a maior vítima da minha mente inquieta sou eu mesma, mas confesso, nunca questionei tanto a minha vida! Não, não é um questionamento contemplativo, que gera frases, textos, que divaga sobre tudo e apenas isso...o que tem me incomodado é algo substancial, concreto, porque está nas minhas atitudes, no sono que não vem, nas incertezas lancinantes que fazem pensar a todo momento se estou no lugar certo, fazendo a coisa certa...
É um questionamento que dói, que passa do pensamento para o coração, que pulsa, que causa angústia, que paralisa (para talvez impulsionar).
Alguém certa vez me disse que isso é amadurecer, crescer. E embora eu sempre tenha me visto como uma pessoa madura (falo isso sem pudores ou falsa modéstia), tenho concordado que tudo isso seja mesmo a ação do tempo e das experiências na minha vida, porque uma coisa é certa, amadurecimento de fato, real, só o tempo é capaz de propiciar. Eu fui uma adolescente com uma boa cabeça, o que é diferente. Ter uma cabeça legal e aberta desde cedo pode acelerar ou ajudar no crescimento, mas sem o tempo e as experiências tudo é apenas teoria, hoje eu sei.
Volto ao que tem me atormentado de maneira pungente. É como se só agora eu tivesse a consciência exata de que o tempo está passando e ele não volta. Tá, é a coisa mais óbvia do mundo, todo mundo sabe disso, fala isso, escreve isso, canta isso. Mas quantas dessas pessoas realmente SENTEM essa verdade absoluta sobre o tempo agir sobre suas vidas e nortear suas ações? Sentir ao ponto de se desesperar pensando "o que fiz e estou fazendo da minha vida?" Quantas têm a certeza de que algumas coisas podem até ser mudadas, mas outras ficarão como um carimbo nas lembranças e podem causar danos perenes?
E a essa altura, em meio a este balanço de uma vida ainda curta, há espaço pra tudo, inclusive para admitir que algumas coisas não realizadas causaram sim frustrações (antes eu jamais admitiria), assim como as realizações que fugiram muito do que um dia pensei e desejei trouxeram consigo resquícios de algo que só tem um nome: frustração, não há outra palavra pra substituir.
Continuando a avaliar com seriedade (e sob a ótica do tempo) a idéia de que a vida com sua trajetória reta e irrevogável, não me dará o direito de refazer tudo, de errar tanto ou de voltar para "consertar", congelo-me diante da questão: "Estou fazendo o que quero?". Dia desses ouvi numa série de TV interessantíssima o seguinte: "A grande questão humana não é 'quem somos' mas 'o que desejamos' e os nossos conflitos giram em torno desses desejos que nos conduzem o tempo todo, mesmo assim inúmeras pessoas fazem o que não gostariam de fazer, vivem como não gostariam de viver." Perfeito! Nada mais genuíno, mesmo que não tenhamos esta consciência, esse é o retrato da condição humana.
Então olhei pra trás, sempre olho...e embora tenha sido privilegiada e realizada em vários setores da vida, quero cuidar do HOJE! Definitivamente não quero viver de lembranças só porque tenho glórias de um passado maravilhoso pra contar (onde obviamente também tem dores e mágoas), pois só o que tem o poder efetivo de me fazer feliz é o que sou, possuo e vivo AGORA!
É isso aí meu anjo e que 2011 seja repleto de boas realizações.
ResponderExcluirBjs e ótimo fim de semana!
Você já disse tudo. Só o tempo, só a vivência nos dará crescimento. Você só vai conhecer a estrada perfazendo-a. Concordo com você, viver o HOJE.Ontem já foi, o amanhã é semeado hoje, portando seja você a todo o tempo. Um lindo texto, hein?Mas anda sumida. Beijos
ResponderExcluirAmiga lindas letras.,,, so posso falar CARPE DIEM...
ResponderExcluirsaludos
abracos
otima semana
Uma ótima reflexão.
ResponderExcluirE digo que não importa de fato onde se esteja, mas sim o que se faz e pode fazer estando onde se esta!
Beijos
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ResponderExcluirNão sou como as flores com a sua
efêmera beleza e perfume de seis
dias. Não, eu não sou como a lua
que de quarto em quarto pula, para
saciar de todos, os seus desejos.
Não sou. Não, eu não sou porque
não quero. Eu não quero porque
mesmo que quisesse, eu não teria
forças, jeito e beleza para atender
a tudo o que eu não quero, por
querer sem direitos ter.
silvioafonso
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Assim é, vivemos perseguindo o que desejamos, e tantas vezes apenas vivemos ao lado, como vizinhos de nós mesmos... não podia concordar mais contigo.
ResponderExcluirSaudades de tuas visitas! :)
Aparece no meu novo espaço
Beijos
Uau! Parabéns pelo texto e desabafo, está sensacional e o pior é que a idade e o tempo avançam e pra quem é questiondadora assim (tb sou), nada muda, pelo ao contrário, o diferencial é somente a intensidade, mas ela faz parte da gente, e o lado positivo disso é que ser assim só faz a gente buscar cada vez mais, principalmente a nossa própria felicidade e paz de espírito! ;)
ResponderExcluirBeijo, beijo!
She