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Palidez insulsa.


Hoje senti algo que não lembro já ter sentido algum dia... estava eu insípida, sem aquela habitual ânsia de sentir, viver, entender, buscar, compartilhar...
O tempo inteiro vivo como se o mundo estivesse esperando algo de mim e como se eu não devesse desperdiçar um segundo sequer de vida, ou como se eu não pudesse ficar sem fazer algo que produza vibração na minha alma... mas naquele instante não havia nenhum problema se tudo ou qualquer coisa estivesse me aguardando.
Nenhuma pulsação me afastava daquela impressão vazia de completa indolência.
Não queria nada, coisa alguma, nem esse nem aquele, nem isso nem aquilo.
Queria uma nova chance, novas perspectivas, tudo diferente.
Queria começar do zero... é, mas quem não queria?
Não, não é apenas isso, vai além de qualquer ligeiro desejo de nulidade ou de que tudo perca o efeito... é algo que devasta ao mesmo tempo que paralisa, porque não é simplesmente impraticável, é impossível neste ou em qualquer outro mundo.
Nada pode nos arrancar o conteúdo. Eu sei.
Então não queria sentir isso outra vez, pois o que é irrealizável não poderá solidificar-me, e o que mais quero é consolidar meu eu!
Nesses momentos percebo que certas sensações também podem visitar esta mulher tão convicta.
Este invólucro que todos podem ver, encobre a não temeridade de um coração que também sofre, sonha, ama e deseja a quietude dos comuns.

Comentários

  1. Impulsiva, tomada por sensações desconhecidas.
    É estar se vivo, estar-se pre-disposto a viver, já senti isso a que relata, e acredito que seja qual for a sensação, estamos vivos e isso basta.
    Pois, estar-se vivo é poder aprender a cada dia diante do desconhecido...

    Beijos

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  2. Nem sempre nem nunca... como costumo dizer, todos os dias somos diferentes.
    Como gosto de vir aqui! :)

    Beijocas

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  3. nao ha alma que aguente ser feliz todo o tempo.

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